Segundo economista da LCA o mercado de trabalho deverá continuar forte em dezembro, quando cresce a contratação dos temporários

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Segundo economista da LCA o mercado de trabalho deverá continuar forte em dezembro, quando cresce a contratação dos temporários

Mercado de trabalho dá sinais animadores, mas impõe cuidados por inflação

Os índices de ocupação quebram recordes, o que melhora a vida das pessoas e impulsiona a economia — mas o movimento exige cautela.

Muitas coisas melhoraram para José Lucilane da Silva, um ex-auxiliar administrativo de 52 anos, desde que conseguiu voltar a trabalhar, em 2022, após quase três anos de desemprego alternado com serviços em que ganhava pouco e não era registrado. Com o salário que recebe atualmente como auxiliar na cozinha de uma pizzaria em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, o morador da Rocinha consegue pagar sem sustos o aluguel da casa onde mora sozinho, ajudar a família com os gastos do mês e arcar com o curso de radioterapia que seu filho começou a fazer. Também comprou uma televisão e, nos aniversários, comemora por poder dar presentes para o filho e a mãe. “Só de colocar comida dentro de casa já é um êxito muito grande”, diz Silva. 

Ele é um dos 19 milhões de brasileiros que conseguiram se recolocar desde os piores momentos da pandemia, em 2020, e que colaboram, hoje em dia, para que o mercado de trabalho brasileiro ostente números superlativos, como há muito tempo não se via. A taxa de desemprego, que caiu a 6,8% em julho, está no menor nível desde 2014 e se aproxima — se já não passou — do chamado pleno emprego, uma situação virtual em que aqueles que restaram procurando trabalho são, em boa medida, um grupo transitório, com perfil diferente do que as vagas disponíveis requisitam. Como resultado da disputa crescente por profissionais, o salário médio também está nos maiores valores já registrados, e o número de pessoas com carteira assinada, que não para de crescer desde 2021, é recorde, assim como também crescem os grupos daqueles que trabalham como autônomos, como empresários e até no setor público, conforme mostram os dados mensais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

As marcas confirmam um mercado de trabalho pujante e que já se recuperou com folga não só do choque da pandemia, quando a taxa de desemprego disparou para quase 15%, mas também da letargia em que ficou preso depois da dolorosa recessão de 2015 e 2016, nos anos Dilma Rous­seff. Na próxima sexta-feira, 27, o IBGE atualiza os números referentes a agosto e não será surpresa se todos seguirem testando novos recordes. “O mercado de trabalho ainda deverá continuar forte e, em dezembro, quando cresce a contratação dos temporários, a taxa de desemprego pode cair a 6%”, diz Bruno Imaizumi, economista da LCA.

Se confirmada a projeção, será o menor nível de desocupação observado desde, pelo menos, 2012, quando começou a série do IBGE. Para os trabalhadores, que vêm de uma década sofrida de desemprego alto, informalidade em disparada e salários minguantes, ser protagonista de um mercado aquecido é ótimo. Para a economia também, já que os aumentos de renda causados por esse movimento convertem-se em consumo e crescimento. Não à toa, os resultados do produto interno bruto também vêm surpreendendo trimestre a trimestre, num ciclo em que mais pessoas trabalhando ajudam a economia a acelerar, enquanto o PIB em ascensão leva a mais postos de trabalho. 


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