Destaque LCA
Economista da LCA Consultoria projeta uma inflação de alimentos em 0,45% para o IPCA.
Economista da LCA Consultoria projeta uma inflação de alimentos em 0,45% para o IPCA.
Economista da LCA Consultoria projeta uma inflação de alimentos em 0,45% para o IPCA.
Seca, queimadas e bandeira vermelha devem impactar inflação de setembro, mesmo com prévia abaixo do esperado
O IPCA-15 de setembro, considerado uma prévia da inflação, surpreendeu o mercado ao desacelerar em relação a agosto: 0,13% contra 0,19% no mês anterior. A expectativa dos analistas era de uma alta entre 0,29% e 0,33%. Em 12 meses, o IPCA-15 acumula uma alta de 4,12%, menor que os 4,35% registrados até agosto.
O destaque da divulgação foi o grupo de Alimentos, que passou de -0,80% em agosto para 0,05% em setembro, contrariando as expectativas dos analistas, que projetavam uma aceleração maior. A alimentação no domicílio em -0,01%.
André Braz, economista do FGV IBRE, avaliou que o mercado, em suas projeções, superestimou o aumento dos preços dos alimentos, esquecendo-se de que o IPCA-15 ainda reflete parte da deflação de agosto. Ele destacou que, embora o índice tenha vindo abaixo das expectativas, isso não serve como um bom indicador para o índice fechado do mês, que deve ficar em torno de 0,50%.
O impacto da bandeira vermelha 1 na energia elétrica, além da seca e das queimadas nos alimentos, será mais intenso no IPCA fechado. Em agosto, ainda houve uma desaceleração dos preços de alimentos in natura, mas eles já começaram a acelerar no IPCA-15, refletindo parcialmente o aumento da tarifa de energia. O efeito completo dessa alta deve se manifestar no índice fechado, que deve acelerar para 0,50% explicou Braz.
Fábio Romão, da LCA Consultoria, compartilha da mesma visão, projetando uma inflação de alimentos em 0,45% no índice cheio de setembro. Segundo ele, alguns itens em queda poderão perder parte de seu ímpeto de queda em setembro, como Cereais, leguminosas e oleaginosas, Tubérculos, raízes e legumes e Hortaliças e Verduras.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, ressaltou que a desaceleração em setembro atingiu de forma disseminada vários componentes da inflação, sendo o principal deles os serviços subjacentes (que excluem itens mais voláteis). Estes permaneceram estáveis (0%) ante uma projeção de alta de 0,31% do mercado. Em 12 meses, a inflação acumulada de serviços subjacentes desacelerou de 5% para 4,6%. No entanto, Claudia não acredita que a desaceleração dos serviços represente uma tendência duradoura.
Os dados de inflação são voláteis, e será importante acompanhar os próximos resultados. Ainda vemos pressão inflacionária no setor de serviços devido ao aquecimento do mercado de trabalho e aos ganhos salariais acima da produtividade. Além disso, fatores climáticos, como a seca que afeta os reservatórios das hidrelétricas, também pesam sobre o preço da energia elétrica pontuou Claudia.
Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas, afirmou que o resultado do IPCA-15 levanta questionamentos sobre os próximos passos do Banco Central, o que impacta o câmbio nesta manhã.
O IPCA abaixo do esperado gera incertezas. Será que essa queda é sazonal ou persistirá nos próximos meses? E, diante disso, o Banco Central teria coragem de elevar a Selic caso a inflação continue surpreendendo para baixo? Essa dúvida fez o dólar subir levemente hoje. Além disso, os dados das transações externas em agosto vieram muito abaixo do esperado, reforçando essa incerteza concluiu Gusmão.
FONTE: https://oglobo.globo.com/blogs/miriam-leitao/post/2024/09/seca-queimadas-e-bandeira-vermelha-devem-impactar-inflacao-de-setembro-mesmo-com-previa-abaixo-do-esperado.ghtml