Modelo totalmente remoto de trabalho perde espaço.

Oferta de vagas a distância ainda está acima da média pré-pandemia, mas vem caindo desde 2022, indica pesquisa.

Dois anos depois do fim da pandemia, o trabalho totalmente remoto vem perdendo espaço, ainda que permaneça acima do nível pré-crise sanitária. As modalidades híbrido e presencial, por sua vez, vêm ganhando força, segundo relatório da Gupy e da LCA Consultores. Esse cenário, afirmam economistas, deve-se a mudanças conjunturais, como dificuldade de gestão das empresas a distância, e estruturais, como pressão dos trabalhadores para não retornar ao modelo 100% presencial que vigorava antes da covid-19. A perspectiva é que essa tendência continue no médio e no longo prazo.

Segundo o relatório da Gupy, empresa de tecnologia para recursos humanos, feito em parceria com a LCA, a proporção de vagas anunciadas para trabalho integralmente remoto em relação ao total de vagas publicadas na plataforma até setembro de 2024 ficou 0,97 ponto percentual acima da média observada em 2019. Em agosto de 2024 essa proporção estava 1,17 ponto percentual acima da média daquele ano. Em setembro de 2023, 1,77 ponto percentual acima.

A proporção de contratações para trabalho remoto em relação ao total de admissões em setembro de 2024 ficou 1,45 ponto percentual acima da média de 2019. O patamar é menor do que em agosto de 2024, quando estava 1,83 ponto percentual acima, e em setembro do ano passado, quando estava 2,53 pontos acima.

Apesar de as proporções de vagas anunciadas e contratações de trabalho remoto em relação ao total continuarem acima da média pré-pandemia, elas vêm caindo desde 2022. O movimento, aponta o relatório divulgado recentemente, ocorre em linha com as empresas retornando a esquemas híbridos e presenciais.

“Estamos observando esse retorno das empresas a esquemas presenciais não apenas nesses dois indicadores, mas também em dados de passageiros transportados em transportes coletivos nas grandes cidades, assim como na criação de vagas formais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) relacionadas a edifícios comerciais, como portaria, limpeza, apoio administrativo, manutenção, segurança”, afirma Bruno Imaizumi, economista da LCA responsável pela elaboração do relatório junto à Gupy.

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FONTE: Valor Econômico.